2 DE JULHO: INDEPENDÊNCIA
DA BAHIA
Durante um ano e cinco
meses, brasileiros e portugueses se enfrentaram pelo controle de Salvador. A
derrota lusitana, no dia 2 de julho de 1823, ajudou a consolidar a
independência do Brasil, proclamada em setembro de 1822.
A declaração de
independência feita por Dom Pedro I, em sete de setembro de 1822, deu início a
uma série de conflitos entre governos e tropas locais ainda fiéis ao governo
português e as forças que apoiavam nosso novo imperador. Na Bahia, o fim do
domínio lusitano já se fez presente no ano de 1798, ano em que aconteceram as
lutas da Conjuração Baiana.
No ano de 1821, as notícias
da Revolução do Porto reavivaram as esperanças autonomistas em Salvador. Os
grupos favoráveis ao fim da colonização enxergavam na transformação liberal
lusitana um importante passo para que o Brasil atingisse sua independência. No
entanto, os liberais de Portugal restringiam a onda mudancista ao Estado
português, defendendo a reafirmação dos laços coloniais.
As relações entre portugueses
e brasileiros começaram a se acirrar, promovendo uma verdadeira cisão entre
esses dois grupos presentes em Salvador. Meses antes da independência, grupos
políticos se articulavam pró e contra essa mesma questão. No dia 11 de
fevereiro de 1822, uma nova junta de governo administrada pelo Brigadeiro
Inácio Luís Madeira de Melo deu vazão às disputas, já que o novo governador da
cidade se declarava fiel a Portugal.
Utilizando autoritariamente
as tropas a seu dispor, Madeira de Melo resolveu inspecionar as infantarias, de
maioria brasileira, no intuito de reafirmar sua autoridade. A atitude tomada
deu início aos primeiros conflitos, que se iniciaram no dia 19 de fevereiro de
1822, nas proximidades do Forte de São Pedro. Em pouco tempo, as lutas se alastraram
para as imediações da cidade de Salvador. Mercês, Praça da Piedade e Campo da
Pólvora se tornaram os principais palcos da guerra.
Nessa primeira onda de
confrontos, as tropas lusitanas não só enfrentaram militares nativos, bem como
invadiram casas e atacaram civis. O mais marcante episódio de desmando ocorreu
quando um grupo português invadiu o Convento da Lapa e assassinou a abadessa
Sóror Joana Angélica, considerada a primeira mártir do levante baiano. Mesmo
com a derrota nativista, a oposição ao governo de Madeira de Melo aumentava.
Durante as festividades
ocorridas na procissão de São José, de 21 de março de 1822, grupos nativistas
atiraram pedras contra os representantes do poderio português. Além disso, um
jornal chamado “Constitucional” pregava oposição sistemática ao pacto colonial
e defendia a total soberania política local. Em contrapartida, novas forças
subordinadas a Madeira de Melo chegavam a Salvador, instigando a debandada de
parte da população local.
Tomando outros centros urbanos
do interior, o movimento separatista ganhou força nas vilas de São Francisco e
Cachoeira. Ciente destes outros focos de resistência, Madeiro de Melo enviou
tropas para Cachoeira. A chegada das tropas incentivou os líderes políticos
locais a mobilizarem a população a favor do reconhecimento do príncipe regente
Dom Pedro I. Tal medida verificaria qual a postura dos populares em relação às
autoridades lusitanas recém-chegadas.
O apoio popular a Dom Pedro
I significou uma afronta à autoridade de Madeira de Melo, que mais uma vez
respondeu com armas ao desejo da população local. Os brasileiros, inconformados
com a violência do governador, proclamaram a formação de uma Junta
Conciliatória e de Defesa instituída com o objetivo de lutar contra o poderio
lusitano. Os conflitos se iniciaram em Cachoeira, tomaram outras cidades do
Recôncavo Baiano e também atingiram a capital Salvador.
As ações dos revoltosos
ganharam maior articulação com a criação de um novo governo comandado por
Miguel Calmon do Pin e Almeida. Enquanto as forças pró-independência se
organizavam pelo interior e na cidade de Salvador, a Corte Portuguesa enviou
cerca de 750 soldados sob a liderança do general francês Pedro Labatut. As
principais lutas se engendraram na região de Pirajá, onde independentes e
metropolitanos abriram fogo uns contra os outros.
Devido à eficaz resistência
organizada pelos defensores da independência e o apoio das tropas lideradas
pelo militar britânico Thomas Cochrane, as tropas fiéis a Portugal acabaram
sendo derrotadas em 2 de julho de 1823. O episódio, além de marcar as lutas de
independência do Brasil, motivou a criação de um feriado onde se comemora a
chamada Independência da Bahia.
FONTE:
http://www.brasilescola.com/historiab/independencia-bahia.htm
http://www.culturabaiana.com.br/a-independencia-da-bahia-a-independencia-so-foi-pacifica-na-regiao-sudeste-aqui-na-bahia-ela-foi-conquistada-com-sangue/